quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Adeus, eterna criança

Me vê tão longe
É porque subi outro degrau
Por várias vezes o chamei
Mas não o vi crescer

Você sempre preferiu o caminho mais fácil
Fiz tudo o que pude
Mas será uma eterna criança
As pessoas com quem anda têm medo de crescer

Minha mão esteve sempre estendida
Mas você pensava que seria muito esforço estender-se até mim
Apenas lamento seu modo de viver
Estou esgotada

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Não me vejo sem você
Acho tolo admitir
Mas já faz tempo
Não fico sem você

Quando olho para o céu
São seus olhos vendo o luar
Quando o abraço
O corpo que envolvo é meu

Quando o beijo
A boca que toco é minha
Impossível viver longe do corpo que é meu
Ficar longe de ti é como me dividir

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Enfeitiçou
Com seu jeito de falar
Andar
Sorrir

Enfeitiçou
Ao tocar levemente o meu rosto
Meus lábios
Acariciar minha face

Enfeitiçou
Com seu abraço seguro
Seu olhar confiante
Seu beijo sincero
Me enfeitiçou

sábado, 5 de dezembro de 2009

Alphonsus de Guimarães - ISMÁLIA


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Rufilaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...

domingo, 8 de novembro de 2009

Inspiro
Tento sentir meu próprio cheiro
Mas sinto apenas o forte cheiro do medo
Sempre aspirei medo

Algumas vezes pareci ser forte
Mas não me importava com nada
Não via nada além de mim
E poderia partir sem alguém
Esse seu olhar me enche de culpa
E seu tom de voz
Sempre me lembro daquele
O que me faz padecer

Ainda dói
Mas é ferida que não pode ver
Tenho dúvidas de quem a causou
Disseram que fui eu

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Mais um ano se passou
E ele continua ali
Fazendo-a chorar
Nunca soube amá-la

Sempre pensou apenas no tempo dele
Mas não pensou em dividi-lo
Era o que ela queria
Apenas um pouco do seu tempo

Queria apenas que a notasse ao chegar em casa
Que sentisse sua falta em suas várias partidas
Que a abraçasse quando uma lágrima caísse
Que a ajudasse a levantar

Nunca a incentivou
Nunca a confortou
Não sei de onde ela encontrou forças para chegar
Mas chegou

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Todos lembram de alguém hoje
E vão ao cemitério chorar
Só fazem isso hoje
Ridículos
Deveriam se envergonhar
Choram só hoje
Choram falsamente
Choram por alguém que não levantará
Sentem falta apenas hoje
É um dia como outro qualquer
A única coisa mais visível é a sua hipocrisia
Diz que odeia
Grita
Xinga
Mas ama

Manda embora
Diz que não quer mais ver
Sente raiva sem saber o porquê
Mas pede para voltar

Não fala sem pensar
Só fala o que sente
Mas machuca
Deve ser porque não mente
Cumpriu sua missão
Agora quer partir
Espero que vá
Ou não espero nada

Missão cumprida?
Acho que não sabe
Ou sabe
Mas não entende

Não sabe se quer ir
Não sabe se quer ficar
Ou quer ir
Mas não sabe onde quer ficar

domingo, 25 de outubro de 2009

Ouço o vento
Forte
Realmente odeio essa ventania
Sinal de tempestade

Não quero a chuva
Não quero o vento
Não quero as estrelas
Nem a lua

Quero apenas o cheiro da terra
Num dia de sol
A parte mais fresca e molhada da terra
O melhor dia de sol

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Seu jeito indelicado
A rispidez de suas palavras
O grande poder da razão
E a forma de segurá-la

Tudo isso a enlouquece
Você a segura forte
Parece que nunca viveu só
Deixe-a caminhar

É impressionante sua capacidade de mentir
Mente com firmeza
Não tem vergonha das coisas que fala
E fala a todo momento

sábado, 3 de outubro de 2009

Esperei por tanto tempo
Já estava indo embora
Quando me disse para esperar
Mas não queria mais esperar

Estava tão cansada de ver a chuva
O jardim inundado
Esperando o sol aparecer
Não queria mais saber quando ele viria

Me disse para esperar

domingo, 27 de setembro de 2009

Sem blá, blá, blá...
Sem blá, blá, blá...
Sem blá, blá, blá...
Todos reclamam se não tem blá, blá, blá...

Tudo está sempre cheio de blá, blá, blá...
Falta o blá, blá, blá...
Reclamam
Só sabem reclamar

blá, blá, blá...
blá, blá, blá...
blá, blá, blá...
blá, blá, blá...

Todo mundo blá, blá, blá...
Mas ninguém quer o blá, blá, blá...
Danem-se
Só querem é motivo pra reclamar

sábado, 19 de setembro de 2009

E me disse para correr até o jardim
Saiu
Trancou a porta
E me disse para ir até lá

Mas esqueceu de me deixar passar
Queria me ver correr
E esqueceu de me soltar
Quis correr até lá

Queria pisar na grama
Tocar as flores
Sentir o orvalho
Mas há sempre uma porta
Tantas perguntas
Mas não querem sua resposta
Tantas perguntas
Eles realmente não querem suas respostas

Quis morrer
Matar
Chorar
Correr e gritar

Quis ir com ela para longe
Lá poderia fazer suas vontades
Ninguém se preocuparia em perguntar
Por que queria matar?
Sente falta do bosque
Das folhas
De seus pensamentos divulgados a ninguém
De seus amigos

Os amigos estão eternamente no bosque
Mas nunca voltou lá para encontrá-los
Nem sabe mais onde procurar
Eles se foram

Não foi a única a olhar o bosque e ver alguém
Não é a única a gostar do bosque e ao mesmo tempo odiá-lo
Mesmo que as lembranças não estejam lá
Elas lembram de lá

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Queremos muitas coisas, é claro. Queremos colher todos os frutos e todas as flores. Queremos sentir o cheiro de todos os campos. Queremos brincar. Será mesmo brincar? Nunca sabemos onde começa a brincadeira nem onde ela acaba, mas sabemos que somos carinhosos. E ficamos felizes.



Livro: O Amor do Pequeno Príncipe.
Autor: Antoine de Saint-Exupéry.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O medo mais uma vez o faz fantasiar
Ele sabe que isso vai passar
Mas ainda sente o mesmo medo
O tempo não mudou muita coisa

A chuva caiu perfeitamente
E quando ela parou
Ele pensou se era mesmo daquele jeito que ele gostaria de ver a chuva cair
Delirou mais uma vez

Ele é o próprio medo
Olhando a própria vida por trás da vidraça
Observando quem passa
Com medo que o vidro se quebre

Ele é o pior inimigo
Sempre lembrando do medo
Quer esquecer
Mas reflete na vidraça

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Movidos pelo tempo
Tempo que é pouco
Todos sempre correndo
Tentando economizar o tempo

Esquecemos quem está ao lado
Temos apenas um relógio
Sempre correndo
Não vemos ninguém

Tem vontade de parar o tempo
Poder olhar quem está ao lado
Vontade de parar o tempo
Para ver que estou ao lado

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

E controla toda aquela vontade de partir
Houve tempo em que a vontade era enorme
E quase o fez
Lembra que chegou tão perto
Que mal conseguia ficar aqui
Mas lembra também que pouco antes de partir
Lágrimas caíram aos seus pés
Lembra que derrubou o mais forte dos muros
Lembra da grande pedra que quebrou
Era justo aquela que parecia nunca ter sido atingida
Onde estava com a cabeça quando pensou em partir?
Por que depois de tudo ainda tem tal vontade?
Sobreviveu
Mas não lembra quando viveu

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sempre correndo
Sem tempo para algumas coisas
As pequenas ele deixa passar
Não vê que crescerão

Uma palavra será uma frase
A frase será um texto
Será mais coisa para guardar
E lembrar

O impacto aumentará
Irá romper de novo
Mas é forte
Suportará tudo outra vez

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Não tinha a mínima vontade de compartilhar seus pensamentos
Mas foi obrigada a conversar com ela
O que pensava ou sentia
Queriam saber

Não falou nada
Disse coisas sem sentido
Que foram anotadas
E levadas a sério

Depois de tantas frazes sem nexo
Partiu sem dizer o porquê
Foi chamada para que tivessem uma última conversa
Fingiu não ouvir e continuou a caminhada

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Clarice
Depois de arrumar a casa
Percebi uma vontade louca de sair pelas ruas
Correr e Gritar

Com o sol ou a chuva lá fora
Queria que o sol me queimasse
Queria que a chuva me encharcasse
Queria sair e correr

Mas Clarice
Quando notei a casa bagunçada
Percebi as mesmas vontades
Acompanhadas do medo

Queria correr e gritar
Não queria que o sol me queimasse
Nem que a chuva me encharcasse
Clarice, como atravessar o jardim e chegar ao portão?
O vento soprou e soprou
Tentou afastar todas as nuvens escuras
O sol queria aparecer
E a terra não queria ver chuva

Eram tantas nuvens
Depois de um tempo o vento ficou fraco
Tentou ajudar a terra a ver o sol
Mas estava fraco

As nuvens se uniram
Logo começou a chover
A terra se afogou
Sentia falta do sol
Como molhaste tua blusa menina?

Foi na rua, eu estava olhando a lua.

E quando começou a chover que não vi?

Não foi chuva.

Choraste olhando a lua?

Não, não são lágrimas. Não sou fraca, é apenas orvalho.

Claro, sei. Não sabia que também era noite em teus olhos.

domingo, 23 de agosto de 2009

[2]

É como dar-me um chocolate
E me pedir para não comê-lo
É me deixar horas no sol
E pedir-me para não sentir sede
É impossível resistir ao chocolate
Impossível não beber a água
Se me pede para não fazê-lo
Sentirei raiva
Mas sempre disfarçarei

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Walter

Quem olha de longe
Vê sempre um sorriso
Pensa que não tem tempo ruim
Imagina que há sempre um sorriso

Quem tem o prazer de conhecer
Vê que não é sempre um sorriso
Que o sorriso desmancha quando não é notado
Quando um abraço é negado

Sempre percebe quando o sorriso desmancha
Mas muitas vezes acha tarde para reaver
Então prefere esquecer
E provocar um novo sorriso

É muito triste desmanchar um sorriso
Ainda mais quando é tão lindo
Gosto de admirá-lo
É perfeito quando ele acontece

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Muitas vezes ela não mede as palavras
E quando vão muito altas
Ela se arrepende
Mas já se foram

No outro dia ela torna a falar
E de novo esquece a fita métrica
Se arrepende
Mas já se foram

Ele sempre usa uma fita métrica
Nunca mede errado
Se ela fosse mais atenta
Conseguiria também

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Amanheceu
O sol está lá fora
Não quero vê-lo
Nem quero abrir a porta

Foi inverno durante muito tempo
É estranho ver o sol novamente
Quero seu calor
Mas tenho medo de me expor

Enquanto o medo me domina
A tarde chega
Quando pensar em abrir a porta
Talvez já seja noite
É como dar-me um chocolate
E me pedir para não comê-lo
É me deixar horas no sol
E pedir-me para não sentir sede
É impossível resistir ao chocolate
Impossível não beber a água
Se me pede para não fazê-lo
Sentirei raiva
Mas sempre disfarçarei

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pequeno baú de porcelana
Guarda palavras de muitas pessoas
Há palavras boas e ruins
As más palavras são tantas que mal se pode perceber as boas

Todos que por ele passam
Deixam algumas palavras
Meu Deus, ele irá quebrar!
Já foram arrancadas algumas lascas

Ninguém percebe suas rachaduras
Só querem saber se suas palavras estão lá
Querem um lugar para elas
Mas longe deles

O julgam forte
Já guardou tantas palavras e não se quebrou
Pensam que ainda suporta mais
Meu Deus, ele irá quebrar!

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Por um segundo penso que odeio
No outro
Vejo que nunca odiei
Por que penso isso?

Por que passo meus dias sorrindo à toa?
Dias normais
Cheia de tédio
Mas sorrindo

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Quando saio à noite, sozinha para meu encontro de amor, os pássaros não cantam, o vento não se move, as casas de um e outro lado da rua estão em silêncio...

Somente os guizos em meus tornozelos tilintam a cada passo, e eu fico envergonhada.

Quando sento em minha varanda, tentando ouvir os passos dele, as folhas emudecem nas árvores e a água se aquieta no rio, como a espada entre os joelhos da sentinela adormecida...

Apenas meu coração palpita loucamente e não sei como acalmá-lo.

Quando meu amor chega e senta-se a meu lado, quando meu corpo estremece e meus olhos se fecham, a noite fica escura, o vento apaga minha lamparina, e as nuvens cobrem as estrelas...

Todavia, a jóia em meu peito brilha e reluz. Não sei como apagá-la.


Rabindranath Tagore

domingo, 19 de julho de 2009

Muito cansada para escrever
Qualquer coisa sobre mim
Sem coragem de abrir a porta
Sem vontade de olhar a lua

Apenas fico em meu leito
Contando as horas
Procurando motivos
Por que não aproveito as horas?

Fico pensando em como seria
Está tudo um tanto confuso
Talvez esteja apenas cansada
Mas não deveria ser assim

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Os donos da razão

Menina tola
Já mentiste tanto
Que nem sabe mais quando diz a verdade
Nem sabe o que dizer
Fala sem prensar
Só sabe olhar o espelho
Não vê que há um mundo ao seu redor
Quer dar sermões
Acertar a vida alheia
Mas nem mesmo a tua está plena
Quebre o espelho
Pare de olhar a máscara!

E tu menino tolo
O que dizes?
Tentas tanto ser diferente
Mas és igual a todos
Tua mania de querer mostrar que sabe de tudo
De controlar todos
Apenas te torna igual
Não podes falar do mundo
Nunca saístes de tua redoma
Que lição tens para dar?
Confiei em ti
E da base derrubou meu prédio
Confiei em ti
E de um corte amputou-me um membro

Confiei em ti
E de minhas lágrimas fez um rio
Como pude ser tão tola em dar-te outra chance?
Apenas sei que foi a última

Agora ainda tens coragem de perguntar-me
"Por que não confias em mim?"
Eis a resposta
Já confiei e jogaste fora

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Não adianta plantar a semente em diferentes jardins
Sempre nascerá o mesmo tipo de planta
Terá os mesmos frutos
Na mesma época

Não há tanta paciência para regá-la
Todos os dias a mesma coisa
A mesma planta
Quem teria paciência?

sábado, 11 de julho de 2009

O trem

Vem descendo as montanhas
Passa por lugares escuros
Passa muito rápido
Nem nota quando há uma bela paisagem

Túneis sem iluminação
São segundos de pânico dentro dele
Quer parar
Mas está sem freios

Segue sempre reto
Não olha para os lados
Há uma curva
Mas ninguém desviou seu caminho

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Matt

Um dia chegamos a dizer que não confiamos em mais ninguém
Se não confiamos
Como ainda temos amigos?
Como fazemos novos amigos?

É impressionante como nossos atos distorcem nossas palavras
É impressionante como falamos, mas não fazemos
É normal ver alguém nos enganar
Nós mesmos nos enganamos

Odiamos admitir que ainda sentimos carinho por quem nos enganou
Por isso dizemos odiá-los
Porque um dia foram nossos amigos
E sem dó jogaram fora nossa amizade

No fundo sabemos que eles estarão sempre em nossos corações
Dizemos não ter coração
Mas se não temos
Por que nos importamos?
Vejo a rosa tão bela
Mas apenas a admiro
Tenho medo de colhê-la
Tenho medo que ela murche

Se não colher
Ela irá murchar
Mas murchará lentamente
E poderei admirá-la por mais tempo

Se a colher
Ela murchará mais rápido
Mas será minha
E não ficaremos sozinhas

A rosa não dura muito tempo
E quero passar esse tempo com ela
Sem correr o risco de que alguém passe e a carregue
Prefiro colhê-la

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Olhe o céu
Mas cale-se
Apenas o admire
Não quero saber o que vê

Não quero saber da ofuscada estrela que viu
Posso gostar dela e não dizer
Cale-se
Apenas observe

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nuvens negras
Vento forte
O Sol não nasceu hoje
Será noite o dia inteiro

Como pode fazer tantas tempestades?
Por que não cessa a ventania?
Não há estrelas em nuvens
Nem estrelas de dia

domingo, 21 de junho de 2009

Sinto-me desnorteada após sua leitura
É como se estivesse nua
Tudo escrito aqui
Tudo meu aqui

Nunca me diz nada
Isso é bom
Prefiro muito mais assim
Mas estou atordoada

Não lembrava de tal leitor
Sinto-me invadida
Mas me consola saber que literatura nunca foi seu forte
Eu sei

;)
Será que lembra tudo o que disse?
Posso lembrar
Posso ouvir tudo de novo
E sinto medo

Falei coisas assustadoras
Não posso negar
Seria apenas uma resposta sua?
Também está com medo?
Quando perceber que sou egoísta
Será que vai embora?
Quando souber que não melhorei
Será que vai embora?

Tenho medo que saiba
Mas não escondo
Quando perceber
Qual será sua reação?

Tenho que escolher
Ou a fumaça ou seu coração
É complicado escolher
Pessoas são efêmeras

Olho a fumaça
Me traz felicidade
Mas até quando?
Até quando posso viajar?

Importo-me demais
Não tenho mais para onde ir
Deixar-te já me fará mal
Qual caminho seguir?
Todo o esforço para não ir embora
Toda minha vontade de ficar
Se quebra quando me diz: Você nunca ajuda em nada.
Tento primeiro me ajudar

Me ajudo para não piorar
Não sabe o que seria se não o fizesse
Não sabe o que diz
Não sabe o quanto me faz infeliz

Me arrependo por ser tão covarde
Por não ter ido enquanto podia
Mas me arrependo também por ser egoísta
As vezes a dor é tanta que não me arrependo de nada

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pode dizer tudo o que vê
Dizer o que sabe
Mas quando ela pediu que falasse?
Diga-me quando

Não pode
Você não sabe
Apenas quis aparecer
Quis destruir o sorriso

Pode dizer tudo o que vê
Mas não sabe o que falta
Não sente o que ela sente
Então não pode dizer nada
Se as ruas são mesmo jardins
Ela não sabe
Se as ruas se tornam jardins
Ela não sabe

Se prefere o céu da Terra ou de Marte
Ela não sabe
Se prefere folhas verdes ou secas
Ela não sabe

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O Protagonista

Por que não chora?
Deveria ao menos chorar já que não sorri
Por que não diz nada?
Mas que protagonista é esse?

Não se envolve
Quando se envolve se esconde
Quer se envolver
E quando consegue tem medo

Que filme chato
Mude o roteiro
Cansou de romances
Mas só sabe escrevê-los

Assisti ao mesmo filme

O protagonista era alguém de cara fechada
Não chorava
Nem sorria
Vivia apenas com a mesma expressão fria

Ele quase não falava
Quando falava nem sabia o que dizia
Não sabia se expressar
Nem sabia como usar as palavras

Não dizia o que queria
Nem era seguro de si
Não cantava
Nem dançava

Que filme chato esse
Só o protagonista me entedia
Há tanta coisas ao redor
Por que ele não se envolve?

sábado, 6 de junho de 2009

A rosa que perfuma o ambiente
Que atrai olhares
Que encanta as pessoas
Enfeitiçou-me

Já não sentia o perfume das rosas
As olhava
Mas não me enfeitiçavam
Não as notava mais tão belas

Agora anseio por uma rosa
Sentir o perfume
Olhá-la
Perceber que é única

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tanto faz o Sol aparecer ou não
Sempre fará frio
Sempre estará nublado
A luz é turva

A água não reflete
E não há vento para mexer as folhas
Elas apenas caem
Sem movimento algum

Não há vento para desviar as nuvens
Estão cobrindo o Sol
Não há luz
Nem calor
Está sempre certa
Sabe a verdade sobre as pessoas
Sabe sem nem conhecer
Sabe quase tudo sobre todos

Sinais corporais
Eles as entregam
É impossível fugir
Você sempre será observado

Não há onde se esconder
Ela pode ver onde você está
Tudo o que tenta esconder
Ela sempre descobrirá

Está cansada de saber de tudo e de todos
E queria apenas viver essa mentira que eles vivem
Vivem uma mentira
Mas pelo menos vivem

terça-feira, 2 de junho de 2009

Inveja

Tem inveja
Porque não fez da sua vida algo bom
Porque não viveu
Não procurou acertar

Achou que errar era bom
Pois lhe dava alegria
Agora vê as consequências
É pura inveja

Tanto desgosto para nada
Não mudará sua vida
Não conseguirá acertar assim
Isso a matará lentamente

Aprenda a viver
Ainda há tempo
Mude
Ou morrerá
Desligue a luz
Já está fraca
Irá queimar de qualquer jeito
Mas desligue

Teve muito tempo de uso
Está na hora de se desfazer dela
Desligue a luz
É insuportável sua falha cor

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Impulso

Fez o que pode
Mas não conseguiu resistir
Tentou por dias não fazer
Mas fez

Não fez nada demais
Mas fez alguma coisa
Não sabe mais o que fazer
Maldito impulso!

Talvez esteja apenas confusa
Mas há dias está assim
Por que não ficou quieta?
Agora não sabe mais o que fazer

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Por tanto tempo ela falou
Quis avisar
Você estava lá
Mas não a ouvia

Foi com as paredes que ela falou
Disse o que sentia
O que queria
E falou do que tinha medo

Mas foi com as paredes que ela falou
Você queria apenas alimentar seu ego
Ela queria apenas a verdade
Mas abrir o caração foi debalde

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Por estar magoado
Tentou magoá-la
Por estar triste
Tentou deixá-la triste

Ela pode ter uma expressão fria
Mas ainda tem sentimentos
Ela também fica triste
E chora

Você nunca a viu chorar
Mesmo quando tudo estava acabado
De nada adiantaria chorar
Já estava perdido

domingo, 24 de maio de 2009

Muitas vezes a verdade dói
E acabo perdendo as pessoas por isso

As pessoas pedem a verdade
Mas não é a verdade que querem ouvir
Elas querem ouvir o que é agradável
Se querem isso, deveriam ser agradáveis

As pessoas nos perdem no momento em que não levam a sério quando avisamos que não suportamos muitas coisas
Elas pensam que para tudo há uma segunda chance
Mas não é bem assim

A devida chance é dada
Vai de si mesmo saber aproveitar ou não
Vai do seu ego, de sua consciência
Afinal, as pessoas decepcionam facilmente que amam
Pois sabem que o amor é quebrado quando se convêm

Minha alma vive em constante metamorfose
E problemas, muitas vezes, se tornam soluções

Cansamos de tentar dar mais chances para as pessoas
Elas nunca valorizam
A chance que é dada já basta

Uma segunda chance alimenta a esperança de que o erro é admitido
E que essa mesma chance irá alimentar a chance de outros erros que possam ser cometidos

Essa segunda chance pode terminar de quebrar as boas lembranças que ficaram

E pode quebrar ainda mais o coração frágil que levamos


Um coração que demorou muito tempo para ter pelo menos uma parte consertada
Não queremos que essa parte se quebre
Ela é a única que resta

Um coração magoado, machucado pela vida
Pelas surras que levou do mundo
Onde ele está cansado de tudo e de todos
Congelado pela frieza, queimado pela dor das perdas

Nele só há lugar para remendos
Não há mais lugar para amar.



Por: Mateus Carvalho Del Aguila e L.C.R.


Obsessão

Até o amor excessivo pode sufocar uma pessoa
Ela se sente pressionada, catalisada e ao mesmo tempo confusa
O tempo é o melhor remédio
Deixe que as coisas corram normalmente
Não fale somente disso com ela
Trate-a como se nada tivesse acontecido
E não pessione, tudo demais acaba não prestando
Superando até sua própria decepção

A idéia "obsessão" se tornou quando
Você não a levou como algo que não queria perder
Mas sim, algo que você não perderia, sufocando
Estamos sujeitos a perder tudo
Mas com a maneira que cativamos as coisas, podemos as ter eternamente.

Por: Mateus Carvalho Del Aguila.

sábado, 23 de maio de 2009

Menos uma estrela

Uma estrela despenca do céu
Como conseguiu cair de lá?
Caiu direto no mar
Não teve a chance de desviar

Agora ela afunda
Não há mais luz onde está
A estrela se apagou
Tão rápido quanto ascendeu

Está no fundo do mar
Quem a buscará?
Talvez se afogue
Ou talvez ninguém saiba nadar

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Redemoinho

Balança as folhas da árvore
Resgata as que estão mortas no chão
As leva para dançar
Em movimento circular

As folhas pairam pelo ar
Dançando junto a um pouco de terra
Parecem vivas
Cheias de movimento

Folhas verdes e secas
Juntas
Dançando
Ao toque do vento

O movimento encanta a criança
Ela também quer dançar
Mas surge uma nova corrente de ar
E faz a criança chorar

domingo, 17 de maio de 2009

Não grite
Posso ouvir
Não me empurre
Posso te ver

O caminho é longo
Mas não pare de andar
Veja a luz
E não pense que pode te cegar

Levante
Pare de rastejar
Caminhe ao meu lado
E poderemos vencer

O mesmo de sempre

Por que está assim tão revoltado?
Por que não posso ficar?
Onde estão as coisas que me prometeu?
Suas promessas nunca passaram de palavras

Eu deveria estar revoltada
Você prometeu me mostrar como a vida pode ser diferente
Mas de diferentes formas
Mostrou-me que é tudo igual

As luzes dos postes
Você não ligou
E as de minha varanda
Você quis desligar

Economize seus passos
Não venha em minha casa
Quebrará o chão
E não quero buracos

Ser Adulto… Arnaldo Jabor!!!

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:
- ‘Ah, terminei o namoro… ‘
- ‘Nossa, quanto tempo?’
- ‘Cinco anos… Mas não deu certo… Acabou’
- É, não deu…?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro.
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona…
Acho que o beijo é importante…e se o beijo bate…se joga…senão bate…mais um Martini, por favor…e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer…
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim… Quem disse que ser adulto é fácil?

Irmão

Eu queria tanto te contar das coisas que descobri
Queria contar sobre a felicidade
Queria poder dizer que ainda sou feliz
Mas onde está você para ouvir?

Queria contar como me surpreendi
Contar que ainda sou a mesma pessoa
Dizer que ainda choro
Dizer que ainda preciso de seus conselhos

Queria poder dizer que sou forte sem você
Mas onde está a força quando você não está por perto?
Queria falar que preciso desabafar
Mas onde o encontro?

domingo, 3 de maio de 2009

Egoísta

Sempre você e sua bocarra
Sua mania de dizer tudo o que sente
Mania de falar como o fizeram sofrer
Sem lembrar das coisas boas que já aconteceram

Será que não percebe que está magoando as pessoas?
Feche sua bocarra
Pare já com isso!
Você não é o único que chora por aqui

E as pessoas que o fizeram sorrir
Vão acabar pensando que só te fizeram o mal
Por que faz isso?
Elas gostam do seu sorriso

Pare de falar asneiras
Pare de ocultar o que fizeram por você
Por que só deixa o mal prevalecer?
Você tem tantas alegrias e nem as nota

"Pequeno Príncipe"

Não entendo o porquê do "Pequeno Príncipe" ter voltado
Ele deixou sua rosa chorando
Ele nem a viu chorar
Pensou apenas em seu próprio choro

Foi em busca de novas aventuras
Aprender mais sobre a vida
Ele queria entender o que era aquilo que sentia
E deixou a rosa sozinha

O que aconteceu no planeta enquanto ele esteve fora?
Por que ele quis voltar?
Talvez não tenha conseguido chegar lá
Talvez sua rosa tenha morrido

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Onde estive

Onde estive que não o segurei quando caiu?
Onde estive que não vi quando você tropeçou?
Quando caí você me ajudou?
Não me recordo

Lembro que tivemos bons e maus momentos
Mas são dos bons que gosto de lembrar
E é por eles que me sinto na necessidade de o ajudar
Mas parece que não quer ser ajudado

Por que não quer levantar?
Por que quer viver assim tão só?
Deixe que eu o guie
Mostrarei o caminho

Onde fui que o deixei só?
Onde estive por todo esse tempo?
Onde estou?
Por que não voltei?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Alguém Que Me Faz Bem

Não precisa me agradecer por te conhecer
Não me agradeça por gostar de você
Nem por te encontrar
E te fazer sorrir

De nada adiantaria te conhecer e você ser só mais um
Em sua vida faço a diferença
Pois foi a minha que você alegrou
Fui eu que sorri quando você chegou

Se não sentisse nada
Eu iria embora
Procuraria outro alguém
Outra pessoa poderia me fazer bem

Mas você me mostrou que não era um qualquer
E que era mais um
Mais um que me quer bem
Alguém que me faz bem.

Uma Nova Estrela

Tenho um novo amigo
Mais uma estrela para iluminar meu céu
Ultimamente minhas noites estão vazias
Mas a nova estrela será bem vinda

No começo o receio de aceitar
Uma estrela estranha em meu luar
Talvez ela não consiga se adaptar a noite vazia
Ou aprenderá a admirar a lua

A lua tem se notado tão triste
Mas as estrelas ao redor a ajudam a superar
Quando a lua está turva
Elas se põem a iluminar

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mente Insana

Pobre mente atordoada
Muitos dizem que o problema é com o coração
Mas sei que tudo se fixa em minha mente
Está tudo muito confuso

Já não sei mais diferenciar os sinais do meu cérebro
Não sei se ele quer apenas novos amigos
Ou novos amores
E se quiser amigos amantes?

Maldita mente humana
Por que complica tanto as coisas?
Há um sentimento que não quer morrer
Mas ele é proibido

Já não sei mais o que faço para esconder
Nem sei mais se quero esconder
Não sei se quero ficar só
Ou se quero outro alguém.

domingo, 12 de abril de 2009

Inverno

Nossa, como o Sol está belo hoje
Nada fará seu brilho diminuir
Apesar do imenso calor
Seu brilho está perfeito

Mas é inevitável que ele se ponha no fim da tarde
É preciso que ele vá
É triste sua ida
Mas amanhã voltará

A única coisa que odeio é esperar que ele venha
As vezes as nuvens nem o deixam aparecer
O dia fica turvo
Não vejo mais aquele brilho

Meu Sol não nasceu mais como antes
Acho que não nascerá
Agora é uma nova estação
E acho que é eterna.

domingo, 29 de março de 2009

Fico aqui conversando com meus botões
Mas não chegamos a conclusão alguma
Ainda estou confusa
Onde quer chegar?

Você veio querendo me derrubar
Me derrotar
Não me avisaram que estávamos numa guerra
Nem quero entrar nela

Não me esconderei
Nem reclamerei de tal guerra
Apenas sentirei pena daqueles que a começaram
E agora não conseguem dormir em paz

Você me passou uma "rasteira"
Talvez
Mas nao me sinto derrotada
Pois sei que tenho palavra!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Apenas uma boa lembrança do verão

Quando acordei
Ele me observava
Acariciava meu braço
E piscava lentamente

Parecia estar assim há um bom tempo
Me esperando acordar
Perdendo suas horas da manhã
Amorosamente me olhando

Amei-o ainda mais
O observei por alguns minutos
Tive vontade de permanecer assim eternamente
Não precisaria de mais ninguém

Nada interrompeu nosso silêncio
Não pude ficar mais contigo
Mas aquele momento em minha mente ficará
Eternamente!

terça-feira, 3 de março de 2009

Sentado à Beira do Caminho

Composição: Roberto Carlos/Erasmo Carlos

Eu não posso mais ficar aqui
A esperar!
Que um dia de repente
Você volte para mim...

Vejo caminhões
E carros apressados
A passar por mim
Estou sentado à beira
De um caminho
Que não tem mais fim...

Meu olhar se perde na poeira
Dessa estrada triste
Onde a tristeza
E a saudade de você
Ainda existe...

Esse sol que queima
No meu rosto
Um resto de esperança
De ao menos ver de perto
O seu olhar
Que eu trago na lembrança...

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo...

Vem a chuva, molha o meu rosto
E então eu choro tanto
Minhas lágrimas
E os pingos dessa chuva
Se confundem com o meu pranto...

Olho prá mim mesmo e procuro
E não encontro nada
Sou um pobre resto de esperança
À beira de uma estrada...

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo...

Carros, caminhões, poeira
Estrada, tudo, tudo, tudo
Se confunde em minha mente
Minha sombra me acompanha
E vê que eu
Estou morrendo lentamente...

Só você não vê que eu
Não posso mais
Ficar aqui sozinho
Esperando a vida inteira
Por você
Sentado à beira do caminho...

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo
Que eu existo, que eu existo...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Triste amor

O que acontece lá fora?
Para onde foi o sol?
O sol se foi há alguns dias
Nunca mais o verei

Talvez a luz incida sobre meu mundo novamente
Mas não será a mesma luz
Não será tão radiante
Está difícil superar a escuridão

Não pensei que seria tão cruel juntar-me a escuridão
Mas foi repentino
Não pude preparar meus olhos
Eles estavam acostumados com a luz

Agora sinto de novo o gosto amargo do amor
Amor que um dia foi tão doce quanto meus adoráveis pães-de-mel
O amor agora parece Wasabi
Quem me trará um pão-de-mel para curar a amargura?

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O Fim

Hoje tive a certeza de que você se foi
Se foi e junto levou meu chão
Meu coração
E todas as lágrimas que pensei não poder derramar

Durante todo o dia não vi o telefone tocar
Não vi você chegar
Não senti seu abraço
Nem senti seu cheiro

Hoje não vi seu sorriso
Nem tampouco o meu
Hoje a única coisa que vi foram meus olhos inchados diante do espelho
Não tive forças para sorrir

Tudo o que ouvi foi tão cruel
Da mesma boca que saíram as palavras que me confortaram durante meses
Foi dela que ouvi as palavras que destruíram meu mundo
Só pude chorar

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Seifador

Hoje reencontrei aquele que me fez sorrir
Que me acompanhou por meses
Aquele que deu-me forças para que curasse de minha doença
Aquele que não deixou minha tristeza vencer

Já não o acho mais tão bonito quanto antes
Mas sua pele continua macia
Sorriso lindo
E perfeitos cabelos enrolados

Com você aprendi a vencer
Aprendi a viver
Você não deixou com que eu desistisse de mim
Mas esqueceu-se de me ensinar a não desistir de ti

Sei que foi melhor assim
Mas depois de tanto tempo ainda lamento

Saudações

Preciso escrever antes que minha cabeça exploda de tanto pensar coisas insanas
As vezes gosto de mim
Gosto do jeito que meu cabelo fica quando acordo
Gosto da franja caindo lentamente sobre meu rosto

As vezes me odeio odeio por acordar sempre tarde
Odeio por não ser tão bonita quanto as outras
Odeio aqueles que julgam pela beleza

Mesmo dizendo que não me incomodo com o que as pessoas pensam
Eu me incomodo
Pois quero saber o que estão pensando

Eu digo que estou bem e sorrio
Não quero me render
A tristeza não me pegará de novo
O medo não me prenderá

É a noite
É ela que me traz essa angústia
Que faz com que eu me odeie
É nela que sinto falta dos que já se foram