Quando saio à noite, sozinha para meu encontro de amor, os pássaros não cantam, o vento não se move, as casas de um e outro lado da rua estão em silêncio...
Somente os guizos em meus tornozelos tilintam a cada passo, e eu fico envergonhada.
Quando sento em minha varanda, tentando ouvir os passos dele, as folhas emudecem nas árvores e a água se aquieta no rio, como a espada entre os joelhos da sentinela adormecida...
Apenas meu coração palpita loucamente e não sei como acalmá-lo.
Quando meu amor chega e senta-se a meu lado, quando meu corpo estremece e meus olhos se fecham, a noite fica escura, o vento apaga minha lamparina, e as nuvens cobrem as estrelas...
Todavia, a jóia em meu peito brilha e reluz. Não sei como apagá-la.
Rabindranath Tagore
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