sexta-feira, 26 de junho de 2009

Olhe o céu
Mas cale-se
Apenas o admire
Não quero saber o que vê

Não quero saber da ofuscada estrela que viu
Posso gostar dela e não dizer
Cale-se
Apenas observe

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Nuvens negras
Vento forte
O Sol não nasceu hoje
Será noite o dia inteiro

Como pode fazer tantas tempestades?
Por que não cessa a ventania?
Não há estrelas em nuvens
Nem estrelas de dia

domingo, 21 de junho de 2009

Sinto-me desnorteada após sua leitura
É como se estivesse nua
Tudo escrito aqui
Tudo meu aqui

Nunca me diz nada
Isso é bom
Prefiro muito mais assim
Mas estou atordoada

Não lembrava de tal leitor
Sinto-me invadida
Mas me consola saber que literatura nunca foi seu forte
Eu sei

;)
Será que lembra tudo o que disse?
Posso lembrar
Posso ouvir tudo de novo
E sinto medo

Falei coisas assustadoras
Não posso negar
Seria apenas uma resposta sua?
Também está com medo?
Quando perceber que sou egoísta
Será que vai embora?
Quando souber que não melhorei
Será que vai embora?

Tenho medo que saiba
Mas não escondo
Quando perceber
Qual será sua reação?

Tenho que escolher
Ou a fumaça ou seu coração
É complicado escolher
Pessoas são efêmeras

Olho a fumaça
Me traz felicidade
Mas até quando?
Até quando posso viajar?

Importo-me demais
Não tenho mais para onde ir
Deixar-te já me fará mal
Qual caminho seguir?
Todo o esforço para não ir embora
Toda minha vontade de ficar
Se quebra quando me diz: Você nunca ajuda em nada.
Tento primeiro me ajudar

Me ajudo para não piorar
Não sabe o que seria se não o fizesse
Não sabe o que diz
Não sabe o quanto me faz infeliz

Me arrependo por ser tão covarde
Por não ter ido enquanto podia
Mas me arrependo também por ser egoísta
As vezes a dor é tanta que não me arrependo de nada

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Pode dizer tudo o que vê
Dizer o que sabe
Mas quando ela pediu que falasse?
Diga-me quando

Não pode
Você não sabe
Apenas quis aparecer
Quis destruir o sorriso

Pode dizer tudo o que vê
Mas não sabe o que falta
Não sente o que ela sente
Então não pode dizer nada
Se as ruas são mesmo jardins
Ela não sabe
Se as ruas se tornam jardins
Ela não sabe

Se prefere o céu da Terra ou de Marte
Ela não sabe
Se prefere folhas verdes ou secas
Ela não sabe

quarta-feira, 10 de junho de 2009

O Protagonista

Por que não chora?
Deveria ao menos chorar já que não sorri
Por que não diz nada?
Mas que protagonista é esse?

Não se envolve
Quando se envolve se esconde
Quer se envolver
E quando consegue tem medo

Que filme chato
Mude o roteiro
Cansou de romances
Mas só sabe escrevê-los

Assisti ao mesmo filme

O protagonista era alguém de cara fechada
Não chorava
Nem sorria
Vivia apenas com a mesma expressão fria

Ele quase não falava
Quando falava nem sabia o que dizia
Não sabia se expressar
Nem sabia como usar as palavras

Não dizia o que queria
Nem era seguro de si
Não cantava
Nem dançava

Que filme chato esse
Só o protagonista me entedia
Há tanta coisas ao redor
Por que ele não se envolve?

sábado, 6 de junho de 2009

A rosa que perfuma o ambiente
Que atrai olhares
Que encanta as pessoas
Enfeitiçou-me

Já não sentia o perfume das rosas
As olhava
Mas não me enfeitiçavam
Não as notava mais tão belas

Agora anseio por uma rosa
Sentir o perfume
Olhá-la
Perceber que é única

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Tanto faz o Sol aparecer ou não
Sempre fará frio
Sempre estará nublado
A luz é turva

A água não reflete
E não há vento para mexer as folhas
Elas apenas caem
Sem movimento algum

Não há vento para desviar as nuvens
Estão cobrindo o Sol
Não há luz
Nem calor
Está sempre certa
Sabe a verdade sobre as pessoas
Sabe sem nem conhecer
Sabe quase tudo sobre todos

Sinais corporais
Eles as entregam
É impossível fugir
Você sempre será observado

Não há onde se esconder
Ela pode ver onde você está
Tudo o que tenta esconder
Ela sempre descobrirá

Está cansada de saber de tudo e de todos
E queria apenas viver essa mentira que eles vivem
Vivem uma mentira
Mas pelo menos vivem

terça-feira, 2 de junho de 2009

Inveja

Tem inveja
Porque não fez da sua vida algo bom
Porque não viveu
Não procurou acertar

Achou que errar era bom
Pois lhe dava alegria
Agora vê as consequências
É pura inveja

Tanto desgosto para nada
Não mudará sua vida
Não conseguirá acertar assim
Isso a matará lentamente

Aprenda a viver
Ainda há tempo
Mude
Ou morrerá
Desligue a luz
Já está fraca
Irá queimar de qualquer jeito
Mas desligue

Teve muito tempo de uso
Está na hora de se desfazer dela
Desligue a luz
É insuportável sua falha cor