terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A rosa parece murcha com você aqui
Ela parece rancorosa
Você a irrita
A rosa sempre exclama: "Toda vez é isso!"

Quando a rosa não era sua
Ela era viva
Não era rancorosa
Nem irritada

Agora só se pergunta
Como fazer o sol a iluminar novamente?
Por que a deixa tão irritada?
A rosa poderia ser mais feliz

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Não vejo o que faço
Não sei quem destrato
Diga o que faço
Que eu pouco maltrato

Se guarda por dias teu tormento
Se em apenas uma hora de todos os dias me falas
Muito me assusta
Me encurrala

Tire teu tormento
Mas não provoque o meu
Me "acorde"
E não provocarei o teu

Diga logo o que sente
Tua aflição é a minha
Me tire este peso
Pois meu pranto é difícil segurar

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Quando estou triste
Uma palavra basta
Quando estou triste
Um abraço basta

Minha expressão triste não é a mesma raivosa
Meu olhar perdido não é de raiva
Um pequeno choque no canto da boca
Não é felicidade

Meu pranto não é raiva
Um abraço é necessário
O que quero não é briga
Minha sede é saudade

Se há barreira
Eu paro
Seu descaso não me faz amar menos
Mas me faz chorar mais

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O que ganhei hoje
Não foi um olhar
Nem foi um abraço
Muito menos um beijo seu

O que ganhei hoje
Foi a oportunidade de rever meu pranto
O que ganhei hoje
Foi a oportunidade de vê-lo sentado ao lado dela

Esperei ela sair
Sentei ao seu lado
Mas nem olhar
E nem palavras ganhei

Ganhei apenas seu ciúme infundado
Talvez tão quanto o meu
A única coisa que quis ganhar
Hoje não pude ter

domingo, 22 de agosto de 2010

Me odeia por pouco
Por que me ama?
Tem raiva do meu eu
Então quem ama?

Nunca fui veludo
Sou áspera
Sei ser gentil
Mas não é meu forte

Não sou cem porcento delicadeza
Mas sinto dor
Não arranho porque quero
Mas o ferido me condena

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Todo esse teu medo
Alimentado pela tua fúria
Aumentado por tua insegurança
Será teu pranto

Enquanto não confiar em teus olhos
Ainda irá se esvair em lágrimas
Não pense em tua solidão insipiente
Viva tua felicidade

Queira longe tuas dores
Não as traga para perto
Despreocupa-te
Pois não há o que temer

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Foi como construir um prédio
Levou muito tempo
Muita dedicação
E amor

Sempre procurando proteger um alguém
Era um prédio inteiro
Todo para esse alguém
Feito com muito esmero

Por anos tentaram derrubá-lo
Mas ele era forte demais
Alguém assim tão insignificante não abalaria sua estrutura
Nem arranharia uma só janela

Mas nunca pensei
Que alguém
Consideravelmente importante
Pudesse tentar abatê-lo

Ela conseguiu quebrar as janelas de vidro
Mas não sei se as deixo quebradas
Não sei se me acostumo com o vento
Nem sei se ainda há forças para restaurá-lo

domingo, 18 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Sempre calada
Aceitando tudo
Calma
A garota perfeita
Era o que eles pensavam ou pensam

Mas ela não é exatamente assim
Ela também odeia
Também perde a paciência
Também fere
E nunca foi difícil odiá-la

Por que é tão calada?
Por que não gosta muito de sair?
Por que não faz isso ou aquilo?
Por que não pensa em fazer cirurgia nas orelhas?
Porque ela simplesmente não faz o que todo mundo quer

Quem determinou um padrão a ela?
Quem foi que disse que ela sempre seria calada?
Quem disse que sempre seria amável?
Quem disse que ela iria tolerar tudo?
Quem disse não sabia o que dizia

Por que se odeia tanto?
Talvez por não ser tudo o que dizem
Por não conseguir tudo o que querem
Por não ser tão segura de si mesma
Por ser tão confusa

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Uma barra de ferro
Oxidando
Perde seu brilho
Perde sua força

O olhar de um idoso
Ressecado pelo tempo
Refletindo lembranças
Ressarcido por lágrimas

quinta-feira, 8 de julho de 2010

É como o vento forte
Leva as folhas secas para longe
Mas a árvore ainda está lá
Sua raiz não morre

Não cresce uma nova árvore
E nem a antiga morre
Nascem novas folhas
Mas pouco adianta

Leva as folhas
Mas insiste em ficar
É como uma rocha
Difícil danificar

É pesado
Mas carrego
Por que voltou?
Talvez nem tenha ido

quinta-feira, 1 de julho de 2010

E uma vez me perguntou
"Por que você quis ficar?"
Fiquei pelo sorriso magnífico
Pelo abraço confortador

Nem sempre sorrindo
Mas sempre confortador
Nem sempre me deixa fazer o que quero
Mas sempre me ajuda

Quando choro
Me abraça
Quando brigo
Me olha torto

Me faz passar vergonha
Mas acho engraçado
Me deixa brava
Mas é um motivo para ganhar um abraço

Já me fez chorar
Mas se preocupou
As vezes me irrita
Mas me dá amor

terça-feira, 29 de junho de 2010

Olhe a rosa
Veja quantos espinhos
Ela não tem a intenção de ferir
Os espinhos são para defendê-la

Basta olhar
Saberá onde pegar
E como não se furar
Não a culpe por ser frágil
Já andava sorrindo
Pensava que havia passado
Mas a fez perceber que não
Não mudou muito

Na verdade
Nem percebe o que mudou
Mas a fez perceber o que ainda persiste
E o que mudou?

Perceber
É o que não consegue sozinha
Mudar
É o que consegue aos poucos

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Não pensei que algum tempo longe de você doeria tanto
Não pensei que chegariam noites que ficaria sem dormir lembrando de você
Não pensei que em alguns momentos não conseguiria conter minhas lágrimas
Pensei que a simples certeza da sua volta já me bastaria

Mas nesses pensamentos não medi nossas conversas
Não observei o tempo que passava com você
A cada dia que passa anseio mais por sua volta
A cada tarde sozinha lembro que minhas tardes eram você

Sinto meu dia vazio
Sou vários pedaços
Pedaços de todos
Mas o maior é você

terça-feira, 27 de abril de 2010

As vezes penso "E se não tivesse arrancado a rosa?"
Ela estaria dentre outras rosas
Estaria feliz
E eu passaria despercebida

Talvez todo o meu afeto
Meu apreço
Minha atenção
Não sejam suficientes para deixá-la feliz

As vezes eu "estouro"
Talvez seja por isso a sua parte infeliz
A parte em que meu outro "eu" aparece
Minha parte não tão perfeita

Também sou feita de aflições e raiva
As vezes sou grosseira
Não tenho a maior paciência do mundo
Mas sei ser paciente

As vezes pareço forte e implacável
Mas uma parte sou delicadeza
Outra sou flexível
Também sei perdoar

Sou em uma só pessoa vários opostos
Tento equilibrar meus opostos
Para não deixar que me pisem
E para não me deixar pisar em alguém

domingo, 25 de abril de 2010

Percebe se choveu ou se fez sol
Mas não sabe me dizer quando
Percebe o que ocorre agora
Mas não lembra de ontem

Percebe o tempo
Mas não vê como ele mudou
O tempo mudou pouco a pouco
Mas pouco demais para você perceber
Carrego talos de rosas
Não vi quando as pétalas caíram
Nem vi quando as folhas secaram
Tenho apenas secos espinhos

Quando a rosa perdeu sua beleza?
Quando o caule perdeu sua rosa?
Quando perdeu suas folhas?
"Diga a ela pra não me deixar triste assim... "

sábado, 3 de abril de 2010

Continue
Não deixe que me aproxime
Fuja
Como um coelho foge do caçador

Esconda-se na toca
Fique sem sair de lá
Como sempre faz
Não veja o mundo

Continue
Viva com medo
Evite mudar
Continue hesitando

Viva em sua toca escura
Como àquele que vive na tumba
Sem ver o mundo
Viva como quem já se foi

sábado, 27 de março de 2010

Agora tudo o que digo parece futilidade
Minhas palavras se tornam asneiras
Antes nem julgava tanto o que eu dizia
Mas agora pensa ser tudo uma grande tolice

Ainda sou a mesma
Ainda estou aqui
Mas no momento em que falei
Só para você eu mudei

Faço as mesmas coisas
Ajo do mesmo modo
Mas sou julgada de formas diferentes
E não sou mais levada tão a sério

quarta-feira, 10 de março de 2010

Tentando entender
Tanto medo
Nem posso explicar
Sim, talvez aguente um pouco mais

O medo trava todas as minhas palavras
Acho que estou mesmo cansada
Até penso em falar
Mas o medo é muito maior que eu

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Olhe as minhas mãos
Há tanto nelas que mal posso carregar
Até penso em deixar tudo
Mas sempre suporto algo mais

Olhe os meus olhos
Estão tão inchados que mal posso enxergar
Eles pesam ao piscar
Penso que uma hora não irão voltar

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tento falar
Mas não tenho voz
Tento gritar
Mas não tenho voz

Fico abismada
Todos me veem
Mas nenhum deles é capaz de me ouvir
Quero avisar

Mas só eu ouço meu grito
Se expandindo dentro de mim
Devem ser os fones
Só escutam o que querem

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Veio repentinamente uma grande paz
A minha paz
Sozinha não poderia alcançar
Então a trouxe aqui

Fiquei rindo sem saber o porquê
Uma tranquilidade imensa invadiu meu quarto
Sorri
Aproveitei cada segundo dela

Tanto sossego
Me abracei
Chorei de alegria
Era o meu momento de paz outra vez

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Cuidado ao ler
Por favor
Não pense que todo esse fardo é você
As vezes sou o sorriso falso para esconder as lágrimas
Se canso é de mim mesma
Nunca reclamaria de você
O fardo sou eu em minhas próprias costas
É você quem ajuda a me levar
Não pense que o fardo é você
O fardo sou eu
O apoio é você

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Cansada
Mas ainda caminhando
Coração dilacerado
Quer seus remendos

Por que toda essa aflição de volta?
Cansada do falso sorriso
Procurava um ombro para chorar
Hoje chora no escuro para não incomodar

Antes contava tudo a um alguém
Sempre havia um coitado para escutar seus lamentos
Hoje escreve nos muros
Para que suas palavras sejam ignoradas

sábado, 30 de janeiro de 2010

Estranha vontade de chorar
Estranho ter tropeçado no quarto também
Deveria estar sorrindo
Mas não sinto vontade

Apenas sinto aquela antiga vontade
Vontade de nada
De sair do sol que faz no jardim
Ir até o canto mais fresco dele

Estranho odiar algo que outros amam
Estranho querer destruir o que outros conservam

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Saudade do tempo
Raiva do vento
Doces ponteiros
Venenos da calmaria

Lindo sorriso se dissipando
Lágrimas escorrendo um sorriso
É apenas saudade
Saudade de não ter a rosa dos ventos

Quando o vento passava
A areia não machucava meus olhos
Hoje eles arranham
Doem

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Espero a luz acender
Terei notícias suas
Espero
Impaciente

Sua ausência me corroe
Está escuro agora
Escura é a falta que me faz
Escura é a vida sem você

Espero aflita o dia de chegar
Anseio pela luz que emite
E pelo perfume que exala